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Mobilidades : olhares transdisciplinares sobre um conceito global
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Mobilidades genéticas
António Amorim
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ResumoA expansão geográfica da nossa espécie a partir de África foi acompanhada por progressiva diferenciação genética. Assim, é possível detetar através da análise das populações atuais as migrações ocorridas após ~1500 e estimar as respetivas datas. Apresentam-se os casos das migrações ocorridas entre Portugal e as suas antigas colónias africanas, e o esclarecimento da origem de uma doença particularmente frequente entre portugueses. Nos primeiros, demonstra-se que existiu assimetria de género nos fluxos migratórios, típica de relações coloniais e que a presença de perfis genéticos subsarianos em Portugal (continental) tem uma datação compatível com a escravatura moderna. No segundo, verifica- -se que a principal variante genética causadora da doença de Machado-Joseph, ao invés do sugerido pelos documentos históricos clássicos, não se originou nas comunidades sefarditas do nordeste português, mas sim no Extremo Oriente. Estes exemplos de reconstrução do passado usando a genética (Arqueogenética) ilustram bem a complexidade das interações entre a Genética e a História, permitindo não só a confirmação/infirmação de hipóteses preexistentes, como também produzindo novos dados, problemas e hipóteses.
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Data da última atualização: 2022-06-17
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