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Mobilidades : olhares transdisciplinares sobre um conceito global
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«A Escravatura Branca» no quadro da emigração açoriana oitocentista para o Brasil
André Jorge Melo Nicolau
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ResumoO presente artigo aborda a relação entre a demanda brasileira por braçais europeus, em resultado da pressão britânica no sentido da abolição do tráfico de escravos no Brasil, e o fornecimento de colonos por parte do arquipélago dos Açores, colonos esses que vão preencher o vazio deixado pelos escravos, que se tornam uma «mercadoria» cada vez mais dispendiosa, em virtude do boicote britânico ao tráfico. Na impossibilidade de pagarem a travessia atlântica até ao Brasil, os açorianos empenhavam o seu trabalho por um número considerável de anos, previstos nos contratos de locação de serviços que assinavam ainda no arquipélago ou à chegada à antiga colónia. Encontramos aqui vários paralelismos com o modelo anglo-saxónico de servidão contratada, conhecido por Indentured Servants, e que no Brasil encontra aporte na iniciativa privada encabeçada pelos fazendeiros, os grandes financiadores das companhias e sociedades de colonização, responsáveis pela introdução de grandes contingentes de braçais europeus no Brasil, em navios que se dedicavam em simultâneo ao tráfico de escravos, ao transporte de engajados ou que se tinham convertido somente ao «novo tráfico». A semelhança com o tráfico de cativos deu origem à expressão «Escravatura Branca», largamente denunciada na imprensa brasileira, nacional e açoriana por meados de Oitocentos.
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Data da última atualização: 2022-06-17
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