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Mobilidades : olhares transdisciplinares sobre um conceito global
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Mobilidades em contexto de fronteira : o caso dos cristãos-novos de Viseu (séculos XVI e XVII)
Maria Teresa Gomes Cordeiro
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ResumoEm tempos de unicismo religioso, vive em Viseu uma comunidade de gente herdeira do velho credo mosaico. Ocupam o centro da sua geografia urbana, ocupam lugares que normalmente se destinavam à sua elite social. Porque deles se precisa para curar as maleitas, administrar rendas ou gerir o património. Mais ainda, para o trato das mercadorias, um fluxo regular que há muito atravessava a fronteira com Castela. A raia era há muito condição essencial para a fixação do capital sefardita na cidade de Viseu; na família e redes clientelares se suporta a sua acção comunitária. Assim as mobilidades faziam parte de um muito arcaico modo de vida. Nos espaços que habitavam revelam-se a transfronteira e uma plasticidade geográfica que serve propósitos de um grupo social específico e muitas vezes em fuga. Quando em Viseu se faz sentir o vigor do Santo Ofício desmantela-se a comunidade. Alguns conseguem escapar do reino. Guiados por diferentes motivações, são difusos os destinos escolhidos pelos acossados do reino. Enquanto privilegiam uns o dinamismo económico, outros decidem-se por um destino em que possam regressar à fé dos seus antepassados. De um modo ou de outro, Viseu e o reino terão de dispensar os seus mais aptos para as exigentes funções do Estado Moderno e de uma emergente globalização económica.
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Data da última atualização: 2022-06-17
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