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	Sagrado e Profano nas Cantigas de Afonso X e D. Dinis
	Domingos Manuel Santos Tavares Campos
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	Resumo Estudar aquilo que é Sagrado numa sociedade poderia equivaler a estudar a sua projecção ideal de Si. Neste presente artigo procuraremos dar a conhecer as representações mentais do Sagrado em contexto peninsular medieval. Para isso, abordaremos a Poesia composta por dois monarcas, Afonso X e D. Dinis, tendo optado por uma leitura feita por duas lentes investigativas, a saber, a teorização de Mircea Eliade acerca da dicotomia entre Sagrado e Profano e a concepção de Carl Gustav Jung acerca do Si-Mesmo e o Inconsciente Colectivo. Grosso modo, poder-se-ia afirmar que o Sagrado é omnipresente nas cantigas, punindo, zombando, elevando ou purificando sendo que, além das menções estilísticas a Deus, Santos e Virgem, a Senhor é ela mesma elevada à condição de Sagrada pelo efeito de ganz andere que produz no seu amigo. Podemos afirmar que a Senhor é construída analogamente à figura divina ou mesmo do Soberano sendo que nos parece que estas três figuras existem de um modo análogo ao longo de toda a Poesia, o que nos leva a procurar estabelecer um conceito de Teologia Amorosa, em paralelo com a Teologia Política de Schmitt.
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Last Update: 2022-08-12